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Programa

 

PRI

MÓDULO I

AMÉRICO SOMMERMAN

Abril – 12 – Módulo  I - A INTERDISCIPLINARIDADE E A TRANSDISCIPLINARIDADE COMO NOVAS FORMAS DE CONHECIMENTO PARA ARTICULAÇÃO DOS SABERESA

 

A separação entre as diferentes formas de conhecimento como o mito, a filosofia, a teologia, a ciência moderna, a arte, as tradições de sabedoria, a experiência e, mais recentemente, entre as diferentes áreas e entre as disciplinas acadêmicas, sem a sua subsequente articulação, tem sido uma causa central de ampla gama de problemas sociais, ambientais e humanos, e tem dificultado a resolução de grande número de problemas complexos cada vez mais presentes nas fronteiras entre as disciplinas acadêmicas, e nas fronteiras entre estas e os conhecimentos não-acadêmicos e na sociedade em geral. Numa pesquisa de doutorado que realizamos recentemente, verificamos que (a) os campos específicos da interdisciplinaridade e o da transdisciplinaridade, sua distinção e relação, eram confusos até o início da década de 1990, mas que, desde então, há uma clareza cada vez maior a respeito do objeto, do método e da finalidade dessas duas novas formas de produção do conhecimento nas áreas da Educação, da Saúde e do Meio Ambiente. Além disso, foi possível verificar que: a interdisciplinaridade é uma resposta para a articulação entre as disciplinas acadêmicas, tanto as epistemologicamente próximas quanto as distantes; e que, nas áreas da Educação e do Meio Ambiente, ela indica um início de ruptura paradigmática nos modos de produção do conhecimento acadêmico, pois permite uma articulação parcial não somente entre o sujeito e o objeto na ciência, mas também uma articulação parcial entre os quatro modelos ou formas de conhecimento que estruturaram o pensamento do Ocidente europeu. Os dados que encontramos na pesquisa citada indicaram que, no que diz respeito à área da Saúde, a interdisciplinaridade já se apresenta como uma ruptura paradigmática forte, pois permite uma articulação forte entre subjetividade e objetividade na ciência e nas práticas de Saúde. E, por fim, foi possível verificar que: atualmente há duas perspectivas de transdisciplinaridade; que ambas são uma resposta para a articulação entre as disciplinas acadêmicas e os conhecimentos não-acadêmicos para responder a certos tipos de problemas complexos que não podem ser tratados apenas pelas disciplinas acadêmicas nem pela interdisciplinaridade; que a primeira dessas perspectivas, que é uma resposta para a articulação entre saberes acadêmicos e conhecimentos não-acadêmicos produzidos pela experiência na sociedade em geral, indica o início de uma ruptura paradigmática, pois permite, na produção do conhecimento, uma articulação parcial entre subjetividade e objetividade e entre os quatro grandes modelos citados; e que a segunda dessas perspectivas, que é uma resposta para a articulação entre saberes acadêmicos e conhecimentos não-acadêmicos ainda mais amplos, como aqueles das culturas ancestrais e das tradições de sabedoria, indica uma ruptura paradigmática forte, pois permite, na produção do conhecimento, não somente uma articulação forte entre subjetividade e objetividade, como, também, entre os quatro grandes modelos citados e outras formas de conhecimento.

MÓDULO II

AUGUSTA THEREZA ALVARENGA

Maio – 10 – Módulo II - A INTERDISCIPLINARIDADE E A TRANSDISCIPLINARIDADE: REFLEXÕES SOBRE A CIÊNCIA DE PASSAR E TRANSPASSAR FRONTEIRAS DO CONHECIMENTO E DESAFIOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS

 

As discussões sobre a interdisciplinaridade e transdisciplinaridade – que emergem ao longo da segunda metade do século XX atingindo grande expressão na atualidade – escrevem-se no amplo movimento de reflexão crítica em relação ao tipo de avanço da ciência e da tecnologia no mundo contemporâneo, pelas implicações geradas pelo mesmo para o homem e para o planeta Terra. Isto em função da ambivalência de seus resultados que trazem benefícios, mas igualmente riscos. Tal discussão coloca não somente a importância da emergência de novas formas de conhecimento da realidade, como são os casos da interdisciplinaridade e da transdisciplinaridade, mas, sobretudo, o dilema vivido pela ciência moderna diante do paradoxo que enfrenta no processo de conhecimento atual: dar conta de problemas emergentes cada vez mais complexos empregando, como estratégia metodológica, os mesmos princípios de redução e de fragmentação da realidade nos quais se fundamenta o método positivista, que a norteia de modo paradigmático notadamente no campo das ciências naturais. Neste cenário, onde um dos principais desafios presentes para a geração de conhecimento no mundo contemporâneo é o da (re)ligação de saberes, que pressupõe a adoção de uma racionalidade científica mais ampla, a interdisciplinaridade, assim como a transdisciplinaridade assumem lugares de destaque como novas perspectivas de pensamento capazes de passar e transpassar fronteiras do conhecimento tanto no campo da educação em geral, como em campos específicos reconhecidamente complexos – casos da saúde e do ambiente – pelas amplas contribuições que podem gerar para os mesmos quer como campos de conhecimento, quer como campos de práticas sócio-institucionais. Portanto, como conceitos heurísticos, a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade abrem perspectivas para novas e diferenciadas modalidades de pesquisas, complementares ao pensamento disciplinar vigente, fato que aponta para a ampla contribuição dos mesmos para a inovação na produção científica contemporânea.

MÓDULO III

UBIRATAN D'AMBROSIO

Junho – 14 – Módulo III - A DIMENSÃO ÉTICO-FILOSÓFICA DA ABORDAGEM TRANSDISCIPLINAR

 

A transdisciplinaridade leva o indivíduo a tomar consciência da essencialidade do outro e da sua inserção na realidade social, natural e planetária, e cósmica. Uma consequência imediata da essencialidade é que a inserção só pode se dar através de um relacionamento de respeito, solidariedade e cooperação com o outro, consequentemente com a sociedade, com a natureza e com o planeta, todos e tudo integrados na realidade cósmica. Esse é o despertar da consciência na aquisição do conhecimento. A grande transformação pela qual passa a humanidade é o encontro do conhecimento e da consciência. A transdisciplinaridade procura entender e propor como o ser humano, um fato biológico, material, atinge a sobrevivência e a transcendência, características da qualidade de ser humano, um fato espiritual. Eliminar arrogância, inveja, prepotência e adotar respeito, solidariedade, cooperação é a idéia de base na busca do conhecimento transdisciplinar. Busca-se um pacto moral entre todos os homens definitivamente interessados numa nova perspectiva de futuro para a humanidade, através de uma ética maior. O princípio essencial da transdisciplinaridade: reconhecer as dimensões sensorial + mística + emocional + intuitiva + racional do conhecimento e a integridade mente + corpo + cosmos, dando suporte a um comportamento subordinado à ética maior de respeito, solidariedade e cooperação.

MÓDULO IV

CARLOS ALBERTO FERRARI

Julho – 26 - FÍSICA QUÂNTICA E TRANSDISCIPLINARIDADE

 

Nas colocações de Thomas Khun um dos concorrentes a paradigma científico da comunidade acadêmica, que vem revolucionando a forma científica do pensar, “está o paradigma da transdisciplinaridade com raízes na Física Quântica”. E. Jantsch define transdisciplinaridade como “o reconhecimento da interdependência de todos os aspectos da realidade”. O filósofo romeno S. Luparco e do também romeno, o físico B. Nicolescu relacionam “níveis de realidade” e a lógica do “terceiro incluído”, percebendo, sobretudo, as limitações da lógica aristotélica para a conceituação da Física Quântica. Tais colocações alcançam conceitos paradoxais na Física Newtoniana como a natureza de onda/partícula de um ente quântico, o “estado vivo/morto” do gato do experimento sugerido por E. Schrödinger e outros paradoxos. O conceito de transdisciplinaridade atende diversas áreas do saber, além da Física Quântica, ao tratar de maneira mais ampla a Realidade.

 

MÓDULO V

PATRICK PAUL

Agosto – 09 – Módulo V – TRANSDISCIPLINARIDADE E FILOSOFIA ORIENTAL

 

A transdisciplinaridade , que poderia ser definida como uma abordagem para a relação entre os saberes acadêmicos disciplinares e os conhecimentos não acadêmicos ( conhecimentos tácitos, tradicionais, espirituais, ... ) , abre-se como um caminho para uma mudança de paradigma da sociedade. Um dos desafios sociais atuais é, pela globalização, a introdução no mundo ocidental de conhecimentos tradicionais do Oriente. Cada disciplina, como cada sistema de pensamento tradicional é diferente do outro. A riqueza vem da alteridade. Ao mesmo tempo, todos estes conhecimentos tratam do mesmo fenômeno, o Ser Humano. A relação entre saberes disciplinares e tradicionais, em particular abre, para os primeiros, uma visão mais ampla, global e profunda. Mas também dá aos segundos algums fundamentos racionais desmascarando as muitas ilusões interpretativas associadas com essas abordagens que, raramente, são integradas. Para fornecer um fio condutor ao pensamento e não para fazer uma abordagem puramente teórica , o enfoque experiencial que possibilitou a mim, essa produção de conhecimentos, associado à minha própria história de vida e de formação será o enfoque adotado na apresentação para a construção de pontes transdisciplinares e transculturais, entre Oriente e Ocidente , Ciência e Tradições .

MÓDULO VI

LUIZ EDUARDO VALIENGO BERNI

Agosto – 23 – Módulo VI - EPISTEMOLOGIA E PESQUISA EM TRANSDISCIPLINARIDADE NO DIÁLOGO INTERCULTURAL E TRADICIONAL

 

O desenvolvimento da Transdisciplinaridade como abordagem científica para aproximação de conhecimentos é ainda algo novo. Em termos paradigmáticos, como afirmou Thomas Kuhn, a TransD é mais uma concorrente à paradigma, num cenário de diversos concorrentes, todos com características “transdisciplinares”, porém utilizam-se de outras nomenclaras para designar a si mesmos. Partindo de um pressuposto de que a construção epistemológica é de ordem política, ou seja, se dá a partir dos acordos intersubjetivos estabelecidos pela Comunidade Científica ao reconhecer perspectivas (meto)lógicas e ontológicas a partir das quais o conhecimento é validado como verdadeiro; e da necessidade social da construção de pontes “transdisciplinares” para validação e reconhecimento de conhecimentos não científicos veiculados em Políticas Públicas, tais como a Política Nacional das Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), e a Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPS) entre outras, o módulo visa abordar as iniciativas realizadas tanto no campo profissional, com foco na Psicologia, quanto no campo da pesquisa, sobretudo na pesquisa realizada na Universidade Rose-Croix Internacional – Jurisdição de Língua Portuguesa (URCI), para desenvolver metodologias que possam criar pontes de diálogo entre os conhecimentos Tradicionais e os Científicos a fim de promover o desenvolvimento organizacional e social.

MÓDULO VII

FÁBIO MENDIA

Setembro – 27 – Módulo VII – A TRANSDISCIPLINARIDADE E O DIÁLOGO COM O ESOTERISMO OCIDENTAL

 

A Transdisciplinaridade e o Diálogo com o Esotericismo Ocidental O estudo realizado entre os anos 2010 e 2012 sob os auspícios da URCI denominado: A Busca do que Existe e Não Existe:Um Estudo Exploratório sobre os Fundamentos Históricos e Tradicionais da AMORC, seu Simbolismo e Rituais, Interpretados pela Abordagem Transdisciplinar. Corresponde a uma das primeiras abordagens ao tema do Esotericismo Ocidental, onde a tradição da AMORC se insere, usando uma metodologia fundamentada numa análise transdisciplinar, no âmbito da URCI. Os mitos e os ritos que fundamentam e expressam a tradição da AMORC, bem como o conhecimento acumulado ao longo dos séculos, não são passíveis de análise a partir de uma lógica puramente aristotélica. Suas premissas ontológicas exigem uma visão de mundo que admita uma complexa interação entre cada componente do Cosmos, sem as premissas reducionistas da ciência moderna. Uma visão onde distintos níveis de realidade coexistem naturalmente, e cuja própria realidade lhe é atribuída pelo nível de percepção do sujeito. Uma epistemologia que aceite a hipótese de um “terceiro incluído” para explicar os paradoxos e mesmo as aporias que seu conhecimento encerra. E assim a transdisciplinaridade se impõe como ferramenta indispensável para a realização desse estudo. Nossa palestra irá apresentar o trabalho realizado evidenciando suas bases transdisciplinares e a possibilidade de utilizar essa metodologia em outras abordagens do esotericismo ocidental.

MÓDULO VIII

RENATA PAES DE BARROS

Outubro – 11 – Módulo VIII– TRANSDISCIPLINARIDADE COMO MEDIADORA ENTRE OS SABERES CIENTÍFICOS E TRADICIONAIS EM SAÚDE

 

A Transdisciplinaridade e o Diálogo com o Esotericismo Ocidental O estudo realizado entre os anos 2011 e 2014 sob os auspícios da URCI denominado: “Diálogo entre Saberes pela Transdisciplinaridade: O Construtivismo de Vigotski e o Conhecimento Tradicional do Esoterismo Rosacruz da AMORC aplicado à Reorganização da linguagem”, aproximou duas diferentes racionalidades, o Conhecimento Tradicional Rosacruz preconizado pela Antiga e Mística Ordem Rosacruz – AMORC, especificamente ligado ao conceito de personalidade-alma, e os conhecimentos científicos ligados à Psicologia Vigotskiana sobre o pensamento e a linguagem, com foco no brincar. A mediadora deste diálogo foi a Transdisciplinaridade em que se evidenciou os diferentes níveis de Realidade, a complexidade da relação terapêutica e a dinâmica da Lógica do Terceiro Incluído. Estes processos foram compreendidos a partir da zona de não resistência que encontra similaridade no que Vigotski denominou de Zona de Desenvolvimento Proximal sendo o terapeuta o mediador ou o terceiro incluído desse processo.

 

MÓDULO IX

MOACIR FERNANDES DE GODOY

Novembro – 08 – TEORIA DO CAOS E TRANSDISCIPLINARIDADE APLICADAS À MEDICINA

 

Partindo da conceituação de termos aparentemente díspares como Caos, Complexidade, Caoplexidade, Simples, Complicado, Não-linearidade, Irreversibilidade, Intensidade, Ambiguidade, Entropia, Homeostase, Sistema Nervoso Autônomo, Equilíbrio, Morte, Lógicas Clássica e Paraconsistente, Níveis de Realidade e, evidentemente, Transdisciplinaridade, entre outros, buscar-se-á progressivamente uni-los todos por seus pontos de contato, construindo uma teia ao modo de um mapa conceitual que, espera-se, ajude a compreender a Medicina, ou melhor dizendo, as Medicinas que temos à nossa volta. Com exemplos práticos do mundo real serão percorridos os possíveis caminhos que se apresentam vislumbrando-se a que destinos poderemos eventualmente chegar. A bibliografia é farta e certamente não será esgotada, mas tem-se como objetivo fornecer elementos para uma reflexão aberta, com visão sistêmica, sobre o tema proposto. Participarão conosco Basarab Nicolescu, Erwin Schrodinger, Pedro Demo, Fritjof Capra, Amit Goswami, Benoit Mandelbrot, Harvey Spencer Lewis... Em certos momentos comeremos os frutos da pesquisa científica baseada na evidência. Em outros, beberemos na fonte do Conhecimento Tradicional da AMORC. O terreno é pedregoso, a estrada íngreme e sinuosa, mas caminhar é preciso.

MÓDULO X

MARIA MELO & VITÓRIA M. BARROS

Dezembro – 13 – Módulo X - PRAGMATISMO TRANSDISCIPLINAR – P/TD

 

A apresentação será baseada na aplicação prática de conhecimentos Transdisciplinares, levando em conta os desafios de conjugar experiência individual e coletiva. O encontro será organizado a partir de atividade grupal, expressões espontâneas e diálogo questionante. Vamos falar sucessivamente sobre: Pragmatismo Transdisciplinar (P/TD), equilíbrio em movimento, potencializar e tornar ato, hábito, escolha e, também, sobre lapsos não atendidos na vida cotidiana, que nos escapam ou não.

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